quarta-feira, 8 de junho de 2011

agridoce


Por vezes sinto em mim uma gigantesca força que me torna claramente inderrubável, nesses dias, tudo é perfeito e natural. Saio á rua e só o facto de levar com a brisa matinal seja ela violentamente fria, ou suavemente fresca, acompanhada de sol ou de chuva, seja ela como for, provoca em mim um frenesim de tal forma inexplicável , que os meus passos parecem-se mais com movimentos de dança, danço então ao ritmo da doce alegria que me enche o coração de boa disposição e me rasga um sorriso na cara. Mas nem sempre o céu é azul, e por vezes o vento, já não parece me acompanhar nas danças matinais pelo quarteirão, em vez disso, embate em mim e em inúmeras investidas, acaba por me convencer a virar costas e voltar a casa. Pela janela observo tudo o que seja visível e capaz de me entreter por tempo suficiente até não aguentar com as lágrimas. E quando esse momento chega, desejo irracionalmente que fosse por meios de teletransportação, parar a abeira mar, pois só ai nessa imensidão, as minhas lágrimas parecem ser pequenas e insignificantes. Á falta de praia por perto, caminho calmamente, para que o vento não se revolte pelo meu acto desobediente, e me deixe chegar ao riacho que acaba por quase substituir o mar que desejei. Sento-me e ignoro tudo o que pudesse ser embaraçoso, observo a corrente de água, fixo os meus olhos no meu reflexo, e deixo-me ficar entretida com os desenhos causados pelo cair das gotas de tanto choro, desordenado porém silencioso. Desta vez não me apetece dançar, embora este ritmo seja igualmente bonito, limito-me a tentar escutá-lo. Adormeço com o canto das águas consumidas pela minha tristeza. Acordo com a almofada encharcada de desânimo. São os pesadelos que fazem os maus dias. E os sonhos que me dão esperança dos melhores.
Só espero voltar a sonhar..

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