sexta-feira, 21 de setembro de 2012

E um dia ela disse:

- Sinto falta daqueles dias sem qualquer plano, em que me deixava levar pela vontade de sair e de arrasto levava quem queria comigo. Ia a praia, ao cinema, ás compras, tirar fotos sem qualquer sentido e toda produzida sentia-me dona de uma sensualidade livre e delicada. Ás vezes também tenho saudades da rebeldia de uma saída á noite, sem regras, horários ou compromissos, dançar a noite toda, sentir que chamava a atenção, e orgulhar-me daqueles lindos sapatos ou roupa nova que usei e brilhei. Gostava de brilhar lembro-me disso. Porém sei que atrás daquele brilho, havia um pedaço de mim em falta. Diria um GRANDE pedaço! Faltava-me as mensagens que me faziam vibrar ainda mais que o telemóvel, as chamadas inesperadas que me deixavam com o coração a mil, e a minha respiração tão ofegante que de certo me denunciava "vou dizer que estava a correr" pensaria sempre em alguma desculpa esfarrapada destas. Os abraços apertados, um colo aconchegado, um beijo demorado, nada disto eu tinha e no fundo não era totalmente feliz.
 Hoje , os dias que passaram já foram alguns, e com o tempo muita coisa mudou. Sei o que é o amor, e já não estou a vivê-lo sozinha. Tenho o rapaz que sempre quis, autor de todas as chamadas inesperadas, das mensagens vibrantes, dos abraços fortes, do colo aconchegado, dos beijos apaixonados... Sem dúvida o homem que me trouxe de um mundo para o outro que sempre sonhei. Sou feliz com ele, muito!
-Então porque choras? (perguntei eu, a consciência)
-Sinto a falta ...
- Sentes falta de quê?
- Dos dois mundos.. De sair á noite mas receber um abraço forte dele na discoteca, de ir a praia mas deitar-me no colo dele, de ir ás compras e com a roupa nova brilhar para ele. E no fim de tudo isto, claro um beijo apaixonado e uma noite a seu lado.